Investimentos na adaptação às novas mudanças climáticas
Conforme acordo estabelecido no encontro em Copenhague no ano passado, daqui a três meses, os países em desenvolvimento já podem requerer parte dos 30 bilhões de dólares em ajuda climática prometidos pelos países ricos, lembra nesta segunda-feira o chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), Achim Steiner.
Para ajudar os países em desenvolvimento a adaptar-se às mudanças climáticas, esse encontro de Copenhague, além de ter obtido um pacto legalmente compulsório para reduzir as emissões de gases-estufa, os países desenvolvidos também prometeram 30 bilhões de dólares em "financiamento a começar rapidamente" para 2010-2012.
Segundo Steiner, o mecanismo aproximado que permita que os países em desenvolvimento encaminhem pedidos que envolva dinheiro, pode estar pronto dentro de três meses.
- Alguns dias atrás um país membro me perguntou se eu poderia lhe dar o telefone de alguém para quem pudesse telefonar sobre esses 30 bilhões de dólares. Como país em desenvolvimento, ele está tentando descobrir 'com quem falo? Para quem neste universo eu devo ligar?', disse Steiner.
- Se esse número de telefone não existir dentro de três meses, então prevejo que essa parte do acordo estará com problemas. Mas acho que haverá esse número, disse ele durante uma importante conferência da ONU sobre o meio ambiente que está acontecendo em Nusa Dua, na ilha de Bali, na Indonésia.
Steiner disse também que os países estão trabalhando em ritmo intenso para definir o funcionamento do mecanismo necessário, e que resolver isso rapidamente ajudará a reduzir a desconfiança profunda entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Segundo uma pesquisa feita junto a Reuters da Indonésia, haverá uma Reforma nas regras de cumprimento das leis ambientais.
Além de os países mais pobres reclamarem de anos e anos de promessas de dinheiro para o clima feito pelos países ricos não serem cumpridas, eles atribuem também a maior parte da poluição mundial aos países ricos.
- No momento, não existe um pote no qual colocar todo o dinheiro. A questão que vai se colocar agora é: 'os países vão agir bilateralmente e fazer remessas de um país a outro, ou de um país ao Banco Mundial ou ao sistema das Nações Unidas?', pergunta o chefe da Unep.
Steiner acrescenta a idéia de que a maneira como o mundo enfrenta as mudanças climáticas precisa ser reformada e sugeriu que a Organização Internacional do Trabalho, a Organização Mundial do Comércio e a Organização Mundial da Saúde podem servir de inspiração.
Alguns países ricos até sugeriram, pela garantia de seu dinheiro bem empenhado, que um novo organismo internacional possa impor sanções aos países que não cumprirem as leis ambientais internacionais. O modelo seguido poderia ser o da OMC, mas Steiner disse que sanções não são uma prioridade.
- Essa poderia ser a medida última em termos de cobrar responsabilidade uns dos outros, mas eu não priorizaria as sanções na agenda, disse ele.
Fonte: NUSA DUA, Indonésia (Reuters)
0 comentários:
Postar um comentário