sexta-feira, 5 de março de 2010

Polêmica Hidrelétrica

Como leitor assíduo do blog da Orgânica, você deve ter visto a postagem que fizemos sobre o licenciamento da nova hidrelétrica a ser construída na região de Belo Monte, no Pára. Pois, então, veja agora a polêmica repercussão deste caso.

Apesar do retorno positivo, em algumas esferas, para o governo Lula devido aos programas sociais desenvolvidos, o setor ambiental ficou de lado quanto à insistência do presidente em querer construir a hidrelétrica diante de tantas oposições.

Apesar de o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, dizer que o projeto da construção da hidrelétrica de Belo Monte seria um dos melhores investimentos em energia para o país por ser mais barata, menos poluente, a maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a terceira hidrelétrica do mundo tem causado muita polêmica a respeito da questão ambiental, há mais de 20 anos, desde a época da ditadura.

Uma das causas da polêmica, promovida pela forte pressão de ambientalistas e algumas comunidades indígenas, é a injustiça que o governo federal está fazendo contra 1.241 propriedades rurais, inundando-as a partir da construção da hidrelétrica.

Já a outra polêmica seria voltada para questões ambientais, inundação de 51.600 hectares de Floresta Amazônica, com um espelho d’ água de 516 km2, desvio do rio com a construção de dois canais de 500 metros de largura e 30 quilômetros de comprimento, deixando 100 quilômetros de leito seco, submergindo a parte mais bela do Xingu, a Volta Grande e um terço de Altamira, com um custo entre R$ 17 e 30 bilhões, desalojando 20 mil pessoas para produzir 11.233 mw de energia no tempo das cheias (quatro meses) e somente 4 mil mw no resto do ano e, por fim, transportá-las até 5 mil km de distância.

Mas, visto isso, o Ministério do Meio Ambiente tratou logo de minimizar os impactos ambientais da futura obra exigindo investimentos de R$ 1,5 bilhão em prevenções dos prejuízos:

- Não é compensação ambiental. São mitigações, contrapartidas, precauções, disse o ministro.
Ele acrescentou que o desafio do Brasil é o de ampliar suas fontes renováveis de energia para evitar aumento de emissão de gás carbônico.

- Todo mundo está olhando, por isso tomamos um cuidado muito grande, comentou Minc, que ainda lembrou que o projeto original previa quatro hidrelétricas no rio Xingu e que, ao longo dos anos, a meta foi reduzida a uma usina, a de Belo Monte.

Inicialmente, a previsão de área alagada para a construção de Belo Monte era de 1,5 mil km2, mas, observou o ministro, foi reduzida a 500 km2 - metade da qual já é alagada todos os anos, com a cheia do rio.

Por Karlla Gelabert

Fonte: Coluna de Leonardo Boff no Jornal do Brasil

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